A desvalorização dos profissionais da comunicação

“Agradeço por entrar em contato. Como falado no post precisamos de AJUDA para a criação de uma logomarca de um outro trabalho. Solicitamos a ajuda por não termos noções de design gráfico… Não temos como remunerar em dinheiro, o que poderemos fazer é divulgar o seu trabalho através de nosso Instagram”.

Sim, acreditem. Esse é um email que recebi uns dias atrás.

Não é nada fácil encontrar pessoas que valorizam nosso trabalho. Muita gente, inclusive muitos familiares, acham que é tudo “rapidinho”. É só ligar o computador e tá “prontinho”. Em “5 minutinhos” você faz isso.

Como também trabalhamos com social media, depois da expansão das redes sociais como ferramentas empresariais a demanda de serviço aumentou, mas o reconhecimento e a valorização não seguiram esse ritmo. Os valores pagos estão cada vez menores e o mercado cada vez mais competitivo. Em tempos de crise, então, a primeira ideia que muitos empresários têm é de cortar gastos e a comunicação é a primeira da lista. Ledo engano! É mais interessante remanejar gastos e até diminuir um pouco os investimentos, mas acabar com esses serviços é dar dois passos para trás.

Se você faz um trabalho por R$ 1000,00 pode ter certeza que algum sobrinho/filho/vizinho/afilhado por aí vai cobrar R$ 100,00. Ou nada. Porque sim! Isso também aconteceu com a gente uns dias atrás. “Vou fechar com outra agência que não vai me cobrar nada”.

E esse texto não é só para esse cliente que não quer pagar nada. É para você querido sobrinho/filho/vizinho/afilhado que aceita trabalhar assim. Se valorize um pouco. Por R$ 100,00 você não deveria nem ligar seu computador. Por R$ 50,00 deveria se recusar a tirar uma foto. Por R$ 30,00 deveria se envergonhar de escrever um texto. Se especialize, estude, faça um curso, tenha um diferencial.

Nós sabemos que vamos continuar a escutar muitas pérolas e propostas indecentes. Mas é bom lembrar que a faculdade durou 4 “aninhos”. Os cursos em SP foram bem “carinhos”. A pós-graduação em Comunicação em Redes Sociais deu muito “trabalhinho”. E não, não vamos fazer o preço do seu sobrinho.