Redatora. Dessas normais, de agência

Yandra, a “oficina é sua”!

“Oi pra você.

Sou Yandra Pascoal, tenho 23 anos e me formei junto com as duas empreendedoras que brilhantemente estão à frente da Oficina89. Fui convidada pela Elô para falar um pouquinho sobre o que é ser publicitário, desses normais, de agência.

É, sou dessas. Ainda não coloquei a mochila nas costas e viajei, ainda não casei, ainda não abri meu próprio negócio. Ainda. Estes são os próximos itens da minha lista da vida.

Trabalho como redatora publicitária desde a faculdade. Mas estou quase terminando uma pós-graduação em Design de Moda. O que uma coisa tem a ver com outra? Não sei. O que eu vou fazer com as duas coisas? Também ainda não sei.

Na verdade eu citei isso só para que vocês entendam o primeiro fato sobre o que é ser um publicitário de agência:

Todo mundo é publicitário + alguma coisa.

Seja fotógrafo, estilista, cozinheiro, decorador, administrador, jornalista, garçom, churrasqueiro, pai-mãe, músico, poeta, compositor, jogadorprofissionaldepoker ou um milhão de otras cositas más. Dificilmente você verá algum publicitário se apresentar como ~apenas~ publicitário. Então se você deseja ser um, se liga e vai procurar outra coisa pra fazer.

O segundo fato sobre ser um publicitário normal, desses de agência, se deve a maneira como cada um encara o dia de trabalho. Pode ser treva, pode ser paraíso. E frequentemente é uma oscilação entre um e outro.

Explico:

• A pauta de hoje é uma grande oportunidade criativa: Paraíso. 
• O prazo é até meio dia: Terror
• O cliente aprovou tudo de primeira e mandou parabenizar a equipe: Paraíso.
• Mas pediu para alterar todas as cores, fontes do layout e tabelas de mídia: Terror.

A rotina é essa. E eu acredito que a mágica da profissão está justamente nessa bipolaridade maravilhosa. Passeamos entre o caos e os momentos de iluminação criativa com tal agilidade que não temos tempo para cair na mesmice. Ou pelo menos vivemos tentando sair da mesmice.

Trabalhar numa agência de comunicação de formato tradicional é um desafio constante. E como todo desafio gera prazer.

É claro que existem pontos negativos, mas eles também existem em qualquer outra espécie de trabalho. Os horários mais rígidos são um bom exemplo disso, quem trabalha em casa tem mais flexibilidade e pode distribuir melhor sua energia. Nas agências temos os horários certos para entrar e dependendo da produtividade do dia, o de sair.

Acredito que o grande desafio da nossa geração seja exatamente este: gerenciar o tempo e os próprios ciclos de produtividade para dar conta de todas as atividades que a vida contemporânea exige. Eu por exemplo trabalho melhor no período da tarde, mas não posso me dar ao luxo de esperar este horário, tento então reorganizar a minha própria pauta para deixar os jobs que demandam mais energia para este período. Dá certo? Às vezes, porque existe ainda a prioridade dos atendimentos, da organização da agência, dos próprios clientes. A gente se desdobra. O importante é que o trabalho seja entregue no prazo certo, com qualidade, criatividade e no final traga resultados positivos para o cliente.

Fica aqui então o terceiro fato sobre ser publicitário normal, desses de agência: Jogo de Cintura é indispensável. Seja para arrasar na pista das premiações ou levar o dia a dia com sucesso.

Eu escolhi ser publicitária e virar redatora foi puro destino.  Ainda quero ser uma porção de coisas, igual todos os meus colegas. Mas hoje estou realizada com esta profissão. Ser redatora me permite conversar com inúmeras pessoas sem que ao menos elas saibam da minha existência. Me permite aprender sobre os mais variados assuntos e falar deles quase como uma especialista. Me permite explorar novos limites, buscar novas soluções, matar um leão por dia e quem sabe até conquistar um leão, um dia”.