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Um belo dia resolvi mudar

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Um belo dia resolvi mudar

March 23, 2015

A oficina hoje é sua, Bruna!

“Oi, tenho 25 anos, sou casada e do lar. Não espera, sou jornalista. Afinal o que eu sou? Essa é uma dúvida que não me cercou por muito tempo. Certa vez em um contrato colocaram minha profissão como “do lar”. Amo ser dona de casa, não tenho absolutamente nada contra quem é, mas eu tenho uma profissão, fiz faculdade, me formei e trabalhei na área, apenas não exerço mais e isso foi uma escolha minha.

O mundo exige definições e eu escolhi definir meu atual status profissional como: jornalista por formação, e dona de casa de coração.

Vou tentar explicar como cheguei até aqui. Eu e o jornalismo estamos dando um tempo no nosso relacionamento. Não houve brigas, apenas um desgaste e decepção. Apenas tive aquele momento em que você se pega pensado: o que estou fazendo da minha vida? Pensei muito nisso em 2013. Então, como um dia disse a Rita Lee: “Um belo dia resolvi mudar, e fazer tudo o que eu queria fazer”. Eu resolvi mudar, resolvi que queria uma vida diferente

Desde que joguei tudo para o alto vivo rodeada de questionamentos: “Mas por quê?”; “Você estudou em uma faculdade publica, é inteligente, por que abandonar tudo assim?”; “É temporário?”; “Você já está procurando outro emprego?”. Sou bombardeada com essas e outras perguntas. Muitos ainda torcem o nariz quando ouvem a resposta. A questão é muito simples e eu sou muito bem resolvida com ela. Me decepcionei com minha profissão por diversos fatores, e não tenho interesse nenhum em voltar a trabalhar. Não digo que é para sempre, porque nunca sabemos o dia de amanhã.

Eu não fiz faculdade apenas por fazer, gosto muito do jornalismo e já fui um pouco feliz com ele, mas o que eu vi foi uma desvalorização muito grande e escancarada da profissão. Isso ficou ainda mais evidente quando mudei da capital para o interior. Para alguém que se dedicou a se tornar um profissional da área é de ficar enojado com as propostas que nos são feitas. Hoje em dia, na minha opinião que fique bem claro, apesar do jornalismo ter diversas áreas, não temos a liberdade de escolher, por necessidade acabamos pegando aquilo que nos é oferecido e pronto, se você escolhe demais acaba ficando de fora do mercado.

Não era isso que eu queria pra mim.

Trabalhar apenas por trabalhar, dividir a redação com profissionais de outras áreas que escreviam como jornalistas, ganhavam salários medonhos e trabalhavam com horários terríveis, além de muitas outras coisas que eu ficaria até amanhã escrevendo. Eu não precisava daquilo. Não me fazia feliz. Tive total apoio do meu marido quando resolvi parar, mas também fui criticada por muitos. Admiro muito todos os meus colegas de profissão que tem prazer pelo o que fazem. Não estou cuspindo em nenhum prato que comi, porque já disse e repito, não sabemos o dia de amanhã. Mas por hora não é o que quero pra mim.

Cuido da minha casa e ajudo um pouco meu marido nos negócios dele, me aventuro em alguns “bicos” pra descolar uns “trocados” e quando não dá certo, paciência, sigo em frente. Eu e meu marido somos bem resolvidos em relação a minha “dependência” financeira. Não existe o que é dele ou meu, tudo é nosso. Não posso negar que se não fosse pelo grande parceiro que tenho hoje eu poderia estar onde não gostaria, em uma redação trabalhando apenas por trabalhar.

O sentimento de liberdade não dá espaço para me sentir frustrada. Só o fato de não ter que dar satisfação a ninguém, não precisar cumprir horário, aguentar “encheção” de saco, mau humor de colegas de trabalho, não precisar esperar o ano inteiro para tirar férias, acordar e poder dormir bem mais do que 10 minutos a mais, tudo isso já vale muito a pena.

Engana-se quem pensa que a vida de dona de casa é tarefa fácil, assim como qualquer trabalho exige empenho e muito aprendizado. E o pagamento é somente a satisfação em ver que nosso esforço valeu a pena e que nossas casas estão bem cuidadas.

Enquanto muitas pessoas se sentem realizadas crescendo profissionalmente, vendo as cifras aumentarem na conta bancária, eu me realizo com a minha vida e cada conquista do meu marido é minha também. A pressão que o mundo atual faz para que as pessoas sejam cada vez mais competitivas não me pertence e isso não me faz falta nenhuma.  A maior certeza da vida é que quando fazemos as coisas de coração, com amor, tudo tende a dar certo. E eu tenho certeza que vai dar. E se não der? Pelo menos posso dizer que não tive medo, que tentei ser feliz da forma que eu achava que era certo para mim”.

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