Tudo culpa do Jornalismo

Abram alas para o depoimento de uma jornalista. A “oficina é sua”, Karó!

“Venho falando a um certo tempo que se pudesse voltar atrás, não teria escolhido o jornalismo, apesar de não saber o que faria. Eu segui o coração, mas a água bateu na canela e vem subindo pelo corpo cada dia mais.

Apesar de pouco mais de um ano de formada, a instabilidade da profissão já mostrou uma realidade que exige garra, foco e determinação que os poucos anos de vida, às vezes, dizem que é cedo demais para encarar.

Medicina, definitivamente não. Engenharia ou arquitetura não dá, os números são enigmas. Já nem sei sequer como escrever Báskara, quanto mais a fórmula. Dia desses comentei que seria algo em humanas, mas o humano não vem sendo valorizado, que dirá as profissões da área.

Mas se a base do humano é a convivência, poucas coisas me proporcionaram tantos e tão bons amigos quanto a aprovação em dois vestibulares e os 30 segundos de decisão em sair do interior de Goiás para vir morar em Cuiabá, com três malas e muitas expectativas em conquistar o mundo.

Os tipos de pessoas pelo caminho são diversos – assim como na vida. Já convivi com vários. A vantagem é que não ligo muito para o que falam além do que precisa ser ouvido

Foi o jornalismo que me apresentou amizades que já duram seis anos, amores que duram um coração inteiro, experiências que serão contadas aos netos, mas nunca aos pais. Foi o jornalismo que me mostrou pequenos sucessos, como ter uma verdadeira família onde estagiei, a aprovação com louvor no tão temido TCC e o emprego antes mesmo de me formar.

O curso também me apresentou a inexperiência de ter a carteira assinada antes mesmo de se formar – e ela pode ser um grande aprendizado. Foi a decepção com o jornalismo que me levou a ter a melhor experiência da minha vida, ao largar tudo por alguns meses e investir em trabalho voluntário na Argentina. Foi o jornalismo que me fez não largar tudo em Cuiabá e voltar para o interior de Goiás.

Foi o jornalismo que me faz estar sempre rodeada de boas pessoas, que lutam por aquilo que desejam.

Mas se tudo na vida é aprendizado, a gente pode voltar mais forte de toda pequena ou grande batalha. Querendo ou não o melhor dia para olhar para trás e decidir qual o momento para se viver é hoje, e o jornalismo me trouxe experiências que sempre serão lembradas como deliciosas vitórias”